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Caixotes vazios

 
Nos últimos oito anos mudei sete vezes de casa. Primeiro a Universidade, depois o trabalho e por fim o amor. Esta é a minha casa. Aquela que imaginei pela noite fora e me afastou o sono. Aquela que me despertou para as listas mentais antes de adormecer e ainda tem tanto para se fazer. E há-de ter sempre. Porque hei-de querê-la sempre mais perto e mais perto da perfeição. O potencial está aqui desde sempre, aos poucos vou descobrindo os segredos que ela tem. E vou ficando cada vez melhor a empacotar a minha vida. Não que me orgulhe disso. Não há nada pior do que ver a nossa vida empacotada numa sala vazia. Caixotes e caixotes de recordações, de cheiro a nós. Mas desta vez não os desempacotei sozinha, desta vez trouxe os meus dois amores comigo.
 

 
 

(mas só um coube dentro do saco para a fotografia)
 



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