Uma vez tive uma discussão de caixão à cova com o meu namorado e bastou-me ouvir um toque. Atendeste do outro lado e só te disse três palavras. Em dez minutos ouvi o teu opel corsa a estacionar e desci escadas abaixo como um foguete. Entrei no carro e perguntaste, vinho ou tequilla? Tequilla, claro, como daquela vez em Lagos numa noite de verão em que chovia torrencialmente. Deambulávamos de carro, bebíamos, falávamos mal dos homens e na leveza da tua companhia conseguia relaxar o corpo e rir-me com parvoíces. Eras o meu escape, o meu porto seguro. Durante três anos, conhecia o som do teu carro melhor do que ninguém, pressentia-o sempre. Por isso, me fizeste tanta falta no último ano, quando decidiste ir para outro país, tão longe e tão frio e me deixaste com os horários da CP metidos dentro do bolso. Pensava em ti sempre que chegava já noite a casa e não estavas lá para conversar comigo. No meio dos solavancos da carruagem chorei baixinho ao lembrar-me do quanto gostava de ti.
Estás a ouvir? Já deixaste tocar mais do que uma vez. Não atendeste. Estou à tua espera e tu estás do outro lado do mundo. Eu dou-te mais dez minutos. Depois vamos passear pela VFNO e beber coktails que já estou farta de tequilla, vamos atravessar a ponte e vais reclamar comigo quando não quiser desligar o rádio para estacionares.
Já estás a caminho?
:( Parte-me o coração aquilo que o nosso país nos está a fazer! A separar pessoas que se amam, é uma merda, digam o que dizer!
ResponderEliminarA melhor amiga de todas è assim, como a descreves-te, tenho duas dessas longe... e custa muito.
ResponderEliminarEu sei o quanto isso custa porque as minhas estão todas espalhadas pelo Mundo (incluindo eu!) É tão triste querermos aquele abraço e não o poder ter....
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