A oportunidade espera por nós. Se for preciso, espera uma vida inteira. E mesmo quando queremos muito muito que ela venha ter connosco, só a conseguimos agarrar quando somos nós a correr para ela. É quase como uma maratona. Primeiro treina-se, correm-se muitos quilómetros, quase desidratamos, rebentamos os pés de bolhas, queremos desistir e voltar para trás, já não temos a certeza de onde fica a meta. Perdemo-nos nos cruzamentos, damos uma volta ainda maior, ficamos cansados, frustrados, já não temos ninguém a apoiar-nos. Lembramo-nos vagamente do porquê de termos começado, mas arrependemo-nos amargamente de ter dado o primeiro passo. Parece tudo tão longe, perdemos imensa gente pelo caminho, perdemo-nos muitas vezes dentro de nós. Nas manhãs cinzentas de chuva que teimam em não deixar brilhar o sol. Comemos barras energéticas, bebemos muito café, afundamo-nos em coisas que nos dão um impulso imediato e muitas horas de arrependimento. Esquecemo-nos do foco, mas continuamos a correr. É a única coisa que o nosso corpo nos permite fazer, passo atrás de passo, quilómetro atrás de quilómetro. E quando achamos que tudo foi em vão, quando estamos perto de pedir boleia ao primeiro devaneio que nos apareça pela frente, eis que a oportunidade se ilumina. Esteve sempre lá. Mesmo à nossa frente. Precisámos de nos perder e encontrar outra vez para lhe darmos toda a importância que merece. Está mesmo ali, brilhante, alegre, cheia de vida. E, quando mergulhamos nela, por fim, tudo o que ficou para trás deixou de fazer parte de nós. Livrámo-nos de metade do nosso peso. O peso do mundo e do passado, das histórias dos outros que teimamos em carregar dentro de nós. Ficamos só nós, o nosso peso leve, o nosso optimismo, a nossa felicidade pura. É hora de descansar, de abraçar o futuro, de dizer olá a uma nova vida.
The cure for anything is salt water - sweat, tears, or the sea.
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