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Acordar do outro lado do mundo

São quatro da manhã. Deitei-me há apenas algumas horas mas desta vez o jet lag decidiu ser o meu melhor amigo. Demorámos dois dias a chegar aqui, com uma breve paragem em Kuala Lumpur. No regresso haverá tempo para conhecer melhor a cidade. 
São quatro da manhã e o meu corpo pede para se mexer. Talvez esteja cansado das demasiadas horas no mesmo lugar do avião, mas assim que me levanto sinto ainda as mazelas do dia mais especial de todos. Pé ante pé para não acordar o meu marido (primeira vez que uso esta expressão!) visto o roupão e saio para o terraço. Ainda não se houve nada. Daqui a pouco vai amanhecer. Fico quieta a absorver os cheiros, o acordar da selva que nos rodeia. Só vejo vultos, mas sei que estou no cimo de uma colina e lá em baixo algures ouço um rio que não se cansa de passar pelo mesmo sítio. Começa a clarear ligeiramente, os galos cantam, as vacas mugem, os passarinhos chilreiam, o vento faz melodias com as gigantescas bananeiras, os macacos começam a saltar de ramo em ramo. É o dia a acordar. 






Penso, para mim, o quanto a minha vida mudou nos últimos meses, o quanto caminhei para aqui chegar, o quanto estou agradecida por estar a assitir ao nascer do sol, do outro lado do mundo, rodeada pela mais bela natureza. 

Obrigada vida.

Bom dia Ubud.











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