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O peso dos dias



E depois a vida devolve exactamente o que lhe demos. Pagamos pelas palavras que nos saem da boca, pelos nossos sonhos inventados e príncipes encantados, pelos reinos em que imaginamos viver, pelas pessoas que desejamos ter ao nosso lado. Pelo reconhecimento que nos é devido e nos é cobrado. Percebe-se que tudo é cíclico e não tem princípio nem fim. Que tudo dá a volta. Com ou sem sentido, com ou sem objectivos e metas traçadas. É a vida que se resolve sozinha, que nos resolve, que nos maça. São as nossas atitudes menos boas que voltam em primeiro lugar. O que nos resta? Juntar as mãos no peito e rezar. Pelo retorno das coisas boas. Pela paciência e resiliência em disciplinar os dias, os meses e os actos. Para esperar o que já foi cobrado há anos, meses ou apenas dias. O karma dos dias. O peso dos sonhos. A espera. E acreditem, é a espera que nos mata. Que nos mói. Que nos transforma naquilo que nunca quisemos ser. Mas que já não podemos evitar. Que nos abre os olhos para outro lugar. Porque este já não nos pertence.
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