Chega o momento em que nos sentamos no meio do caminho, sobre o asfalto, e tentamos perceber o motivo que nos levou a escolher aquela direcção. Nunca chega. Perdeu-se entre impulsos e perspectivas que se foram desvanecendo. Pela estrada fora e depois de muitos quilómetros percorridos, não nos reconhecemos na paisagem nem nas pessoas que se cruzam connosco. Somos feitos de outra massa, outros sonhos. Põe-se um pé à frente do outro, porque é a forma mais fácil de lidar com as situações, mas espreitamos para trás sempre que ninguém dê por isso. As más decisões perseguem-nos, a vida sabe a metal e o contexto já não faz qualquer sentido. Deviamos ter escolhido a esquerda e não a direita. Mas é quando essa sabedoria nos atinge que nos apercebemos das pessoas ao nosso lado, as que vão de mãos dadas connosco. As que bateram palmas no início da meta e estrelaram-nos o céu nas noites escuras. As mesmas que não existiriam se a decisão fosse diferente. Tudo tem um objectivo na vida. Mesmo que mais tarde não seja claro e fácil de desvendar. Podemos desperdiçar anos em caminhadas tortuosas e terrenos inclinados, podemos até ficar soterrados em lama até aos joelhos, mas seríamos capazes de voltar tudo atrás? De fazer diferente? Ou podemos, simplesmente, dançar em vez de caminhar?
gosto tanto.. :)
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