A minha família vem da terra. Nasceu da terra, trabalhou a terra e esta certamente que irá dar frutos durante as próximas gerações. Eu ainda sou do tempo de calçar as galochas, vestir o impermeável, levar a marmita debaixo do braço e seguir os meus avós pelo campo fora. Ainda sou do tempo de aprender a descascar batatas em criança, sentir o peso da responsabilidade, aprender as muitas receitas de compotas e doces da minha avó, mexer em tachos e panelas, atear o lume e ver sair o pão do forno a lenha. Amanhã é dia de pegar nos meus avós, nos meus avós mais queridos, dar-lhes a mão e contornar as oliveiras que o meu avô viu crescer. Levar o meu amor comigo e dar-lhe a conhecer a matéria prima mais preciosa deste cantinho à beira-mar plantado. Ver o entusiasmo do meu avô a explicar o que nasce da terra, de forma simples e genuína, reparar no sorriso que se estende aos seus olhos cada vez que toca numa das árvores da sua família. Que são a sua família. Que daqui a dias vai instigar com uma vara na mão e ver cair os pequenos frutos verde-azeitona em cima da rede que estendeu. Que vão transformar-se no líquido dourado que temos em casa todo o ano. O líquido que alimenta o amor desta família.
tenho seguido o teu blog de vez em quando, mas nesta tenho de comentar :) eu tb sou desse tempo e eu tb tenho desses avós. And that's it :D
ResponderEliminarÉ tão bom ter estas raízes...Obrigada Rui :)
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