Custou-me muito aceitar que tenho um filho que não dorme. Que todos os outros bebés próximos que temos de nós já dormem oito horas seguidas e o meu não. Que a sociedade, os avós, os tios, os primos, os amigos e conhecidos não percebem porque razão eles não dormem e acham sempre que estamos a fazer alguma coisa de errado. Que foram precisos quatro livros sobre o sono, muitas semanas de tentativas frustradas, muita pressão do mundo exterior sobre mim, muito choro (meu e dele), duas consultas no osteopata e uma consulta numa terapeuta de sono para perceber que estou a fazer tudo bem. Estou a fazer tudo o que é esperado para um bebé de quase nove meses. Estou a fazer tudo bem.
A única coisa que estava a fazer errada era não aceitar que o meu filho não é como os outros bebés. Outra coisa também foi ter-me apercebido um bocadinho tarde demais que afinal o meu filho faz parte de, atrevo-me a dizer, 70% dos bebés que não dormem como seria esperado. Só a partir do momento em que comecei a falar do assunto para lá da minha esfera de família e amigos é que me apercebi da quantidade de casos iguais ou piores que o meu.
O meu filho não dorme como eu gostava que ele dormisse e eu já aceitei isso. E a partir do momento em que o fiz, a partir do momento em que comecei a olhar para ele de uma forma mais especial, e não a achar que ele era a excepção à regra, saiu-me um peso de cima. Deixei de depositar as esperanças no que estava para vir. Que vai ser quando ele começar a comer sólidos, que vai ser quando ele começar a sentar-se, que vai ser quando ele começar a creche, que vai ser quando passar para o quarto dele. E depois ficava tudo igual. Tinha umas noites melhores, mas acabava por voltar sempre ao mesmo.
Tenho um filho que não dorme como eu quero, como a sociedade quer ou como os pediatras querem. Tenho um filho que dorme como ele quer. E se ele está a crescer, se está saudável, se come bem, se sorri e é feliz, então o problema não é ele. Sou eu e toda a gente que acha que os bebés são todos iguais e devem fazer tudo nas mesmas fases. São os livros que nos enchem a cabeça de teorias, o dinheiro que gastamos em consultas para que as teorias dos livros resultem e a pressão de toda a gente querer que o meu filho durma a noite toda. Eu também quero que o meu filho durma a noite toda. Sou, na verdade, a pessoa que mais quer isso no mundo inteiro. Mas enquanto isso não acontece tenho de aceitá-lo como ele é. Porque é isto que significa ser mãe e pai. Aceitá-los como eles são e apoiá-los sempre. Porque hoje, quando ele acordar a meio da noite pela quarta ou quinta vez, eu vou levantar-me da minha cama quente, vou percorrer o corredor frio, vou confortá-lo e vê-lo adormecer mais uma vez. E vou aceitar que ser mãe é isto mesmo e que não existem filhos perfeitos.
Tenho um filho que não dorme como eu quero, como a sociedade quer ou como os pediatras querem. Tenho um filho que dorme como ele quer. E se ele está a crescer, se está saudável, se come bem, se sorri e é feliz, então o problema não é ele. Sou eu e toda a gente que acha que os bebés são todos iguais e devem fazer tudo nas mesmas fases. São os livros que nos enchem a cabeça de teorias, o dinheiro que gastamos em consultas para que as teorias dos livros resultem e a pressão de toda a gente querer que o meu filho durma a noite toda. Eu também quero que o meu filho durma a noite toda. Sou, na verdade, a pessoa que mais quer isso no mundo inteiro. Mas enquanto isso não acontece tenho de aceitá-lo como ele é. Porque é isto que significa ser mãe e pai. Aceitá-los como eles são e apoiá-los sempre. Porque hoje, quando ele acordar a meio da noite pela quarta ou quinta vez, eu vou levantar-me da minha cama quente, vou percorrer o corredor frio, vou confortá-lo e vê-lo adormecer mais uma vez. E vou aceitar que ser mãe é isto mesmo e que não existem filhos perfeitos.