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desta semana

Vi a Sushi adormecer enquanto o sol se escondia, chorei de raiva dentro do carro no centro de lisboa, corri atrás da Sushi no parque, puxei por mim no ginásio, levantei-me a meio da noite cheia de pesadelos e a Sushi lambeu-me os pés, passei a ferro depois de um dia de trabalho, sentei-me com a Sushi à sombra de um pinheiro, bateram no meu carro e preenchi papéis com as mãos a tremer, cheguei a casa e a Sushi fez-me uma festa, tirei fotografias para mais tarde recordar, limpei xixi da Sushi no tapete, enviei emails e contei os dias para as férias, recebi uma multa em casa, a Sushi deu-me beijinhos, limpei a casa toda e depois dei um mergulho no mar, passeei com a Sushi à noite na praia, pensei muito nas pedras que a vida nos deixa no caminho, chateei-me com a Sushi por ela ter roído a mesa da varanda, fiz análises, a Sushi correu atrás de mim no parque, marquei uma consulta de urgência, comi gelado, muito gelado, adormeci com a cabeça cheia de coisas más, limpei xixi da Sushi no chão da sala, marquei um jantar com amigos, senti-me meio perdida, a Sushi deitou a cabeça no meu colo e fez-me chorar, tentei pensar em dias melhores, estacionei o carro em frente ao Palácio onde me casei, cheguei a casa e a Sushi tinha roído os meus cremes, fui à feira de artesanato, a Sushi cumprimentou todos os cães e pessoas que passaram por nós, senti-me a afundar dentro de mim mesma. Fui com a Sushi ao parque, rebolámos as duas no chão, ela olhou para mim cheia de amor e ficou tudo bem.





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o que os sonhos pedem


Um dia vou acordar com o som das galinhas ao fundo do jardim. Vou caminhar descalça pela terra molhada. Vou ver crescer os legumes que vou usar na cozinha, vou apanhar ervas daninhas e vou ouvir o silêncio ao anoitecer. 
Um dia vou correr atrás dos meus filhos num espaço só nosso, vou vê-los brincar com a terra e com a água, vou fotografá-los com a luz dourada no meio das searas de trigo e da sombra das oliveiras.
Um dia vou usar galochas no meio da chuva, vou embrulhar-me numa manta e esperar o luar no alpendre, vou acender velas e dançar ao som da melodia das cigarras.
Um dia vou beber chá quente enquanto aguardo pelo aroma a bolo de chocolate em frente à lareira, vou mergulhar na piscina nas noites quentes de verão, vou vestir as árvores que plantei de luzinhas de natal.



Um dia, deixo a cidade para trás e rendo-me ao que o coração pede e os sonhos querem.


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confiar na vida

Acreditar que a vida sabe sempre o que faz. Que os nossos sonhos estão à nossa espera no quilómetro certo do nosso caminho. Que não devemos apressar as vontades, esquecer o planeamento ao milímetro, deixar-nos levar ao sabor dos dias mais azuis, cheios de luz. Acreditar nas palavras que nos foram ditas lá atrás, confiar em quem nos trouxe ao colo até aqui, mesmo que agora esteja longe de nós. Não ceder à pressão, não ceder aos dias menos bons, à noites mal dormidas, aos dias demasiado apressados. Dar prioridade a nós mesmos, ao nosso bem estar, depois aos outros e só depois ao trabalho. Confiar que tudo dá certo quando não nos levamos demasiado a sério. Que se estivermos bem e serenos dentro de nós, todo o mundo vai conspirar a nosso favor. E nos dias em que parece que tudo vai contra nós, sermos felizes cá dentro. Em segredo. O segredo das nossas coisas felizes, dos nossos hábitos felizes, fazermos o que nos faz felizes. Seja mergulhar no mar salgado, petiscar, ver um filme já muito tarde, ver o sol nascer ou fotografar quem nos enche a vida de sonhos.


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calar o amor

Às vezes apetece-me dizer-te que te amo. Fico parada a olhar-te sem reparares. Deixo o que estou a fazer durante uns instantes e descanso o meu coração em ti. Dou o impulso de formar as palavras dentro de mim e de as tornar realidade, mas quase sempre calo-as em segredo. Calo-as porque me recordo do que te pedi e ficou por fazer. Calo-as dentro dos dias longe e perto de ti, das noites em camas de hotel, dos quilómetros que conduzimos e que nos afastam, dos pratos para lavar e da roupa por estender. Calo-as no quanto crescemos um ao lado do outro, na confusão dos dias. Calo-as porque o amor quando cresce deixa de ter tempo para declarações de amor. Deixa de ter tempo para dar as mãos, passear no parque e ler um para o outro. O amor, assim como tu e eu, passa a ter outras prioridades. Passa a ter de ser resiliente para com o dia a dia, a ter de ser paciente com quem o rodeia, a ter de conseguir respirar para sobreviver. E depois esquece-se de dizer que há alguém que lhe ocupa o pensamento o dia inteiro. Que cinco anos depois lhe apetece dizer o quanto te ama depois de te ver a procurar mais um voo para o outro lado do mundo ou no meio de uma estrada sem pavimento no Alentejo profundo.
Guardo-nos mais uma vez no coração quando volto ao que estava a fazer.  Mas as palavras que não se tornaram realidade vão acumulando cá dentro. Umas atrás das outras. Atafulhadas no meio do turbilhão dos dias longe e perto de ti. Adormecem ao teu lado e acordam todos os dias para ti. Mudas. Caladas no amor que se tornou maior que elas. Maior que eu. E por isso hoje escrevo-as para ti.

Amo-te João. Mesmo com a vida toda a acontecer. Mesmo a centenas de quilómetros de ti. Mesmo a conduzir debaixo deste calor infernal. Mesmo que só te volte a ver daqui a dois dias.

Amo-te a cada momento da minha vida. Mesmo que esteja demasiado ocupada para to dizer.




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olá julho


Julho pede uma lista de coisas boas a acompanhar estes dias de calor. E por isso resolvi apontar algumas que considero importantes para acompanhar estes dias longos:


  • Aproveitar os finais de dia na varanda até o sol de deitar


  • Longos passeios com a Sushi no parque


  • Usar e abusar de vestidos e roupas mais leves que chamam o verão


  • Comer frutos vermelhos até cair para o lado



  • Aproveitar os amigos e os jantares de verão

  • Começar a saga dos livros na praia (para já vou começar com o Mindfulness, estou a precisar de um livro que me faça olhar para as coisas de forma diferente e segundo uma nova perspectiva)

  • Entrar no mood de verão e preocupar-me menos com o que não interessa

  • Atacar gelados! (ups, esta é difícil de esquecer)


  • Abrandar, abrandar, abrandar.

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mudar para melhor

Sempre tive fases com a comida. Infelizmente durante algum tempo da minha vida e devido a um problema de saúde a comida não me trazia qualquer prazer, encarava-a como um meio para sobreviver. Mas o que lá vai lá vai e o meu corpo aprendeu a serenar-se sozinho e eu aprendi a aceitá-lo como ele é. Um bocadinho mais instável que a maioria que conheço. Mas, de há uns tempos para cá, sinto a necessidade de mudar. Não a vontade de dietas restritas, nem de mudar radicalmente os meus hábitos alimentares, mas a vontade de trazer coisas boas à minha vida e de me sentir mais plena, mais saudável.  Comecei a seguir pessoas maravilhosas, como a Joana ou a Samanta. A ler mais sobre os novos alimentos e neste momento estou super atenta ao que o meu corpo pede e a como reage à minha alimentação.



Cá em casa passou a existir sempre aveia, chia, granola, leite sem lactose, iogurtes naturais, muita frita, muitos legumes, pão de sementes, abacate, carnes magras, peixinho da praça sempre que possível, chá verde, chocolate preto e frutos vermelhos.
O pão branco foi embora, assim como os refrigerantes, o leite normal, os iogurtes líquidos (carregados de açúcar), os bolos, as carnes vermelhas e a massa (que passou a ser integral ou sem glúten).

Comecei a beber 1,5 litros de água por dia, podem não acreditar mas antes chegava a beber no máximo dois copos o dia inteiro. Tento comer sempre de três em três horas e os meus snacks passam por cenoura crua, fruta, gelatina ou bolachinhas de sementes.

Senti uma grande dificuldade em conseguir implementar estas diferenças na minha alimentação junto da minha família. É uma família que gosta de comer, ribatejana, em que só se levantam da mesa quando já não cabe mais nada no estômago. Ouço muitas vezes a típica pergunta Mas se já és magra porque queres emagrecer mais? 

Porque este é o verdadeiro desconhecimento da maior parte das pessoas. Comer bem e saudável não tem como objectivo emagrecer. Tem como objectivo evitar doenças, sermos mais saudáveis, ter mais energia, melhorar a nossa pele e aumentar anos de vida à nossa esperança de vida.




E sente-se. Com a maior das sinceridades. Sente-se mesmo a diferença. A forma com acordo no dia seguinte a ter comido batatas fritas, enchidos, queijos e pão branco ou o acordar quando na noite seguinte comi peixe grelhado com vegetais.


A próxima etapa é conseguir tirar o gelado cá de casa. 
Essa sim é a minha grande tentação!


fotos: eat love
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