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Ir ou não ir?

Há decisões tão grandes que assustam. Daquelas que nos fazem roer as unhas e ter a perna constantemente a tremer. Decisões de uma vida. De ir ou ficar. De deixar a vida que se conhece para trás. Que nos trazem paz de espírito apenas e só depois de dar o primeiro passo. Falar delas é muito bom, em jeito de brincadeira e sonhos que só nos passam pela cabeça esporádicamente. Mas vê-las ganhar forma diante dos nosso olhos assusta. E o mais estranho é que assusta por ser tão bom de ver. Parece tão errado. Parecemos tão frágeis diante delas. Estamos por nossa conta e risco. Se falharmos voltamos para casa com a sensação de ter arriscado, de não ter ficado com o "e se" preso na garganta pelo resto da vida. O Manuel Forjaz, na entrevista ao Daniel Oliveira, quando já não acreditava que ia sobreviver, disse que a única coisa que mudaria na vida dele seria o facto de não ter ido viajar durante anos de mochila às costas. Diz ter-se arrependido de não absorver novas culturas e conhecer o mundo de uma maneira tão profunda quanto a de viajar sem destino. E eu chorei a ouvir aquelas palavras. Porque sei que se morrer daqui a 5, 10 ou 80 anos é precisamente do que me vou arrepender. Há pessoas que nascem para ver o mundo, para sair dos limites. E eu tenho-me limitado vezes demais.
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2 comentários

  1. Como te compreendo. O que será que nos prende? Não acredito que seja só medo...

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  2. Vai...arrisca....faz como eu fiz! Tinha tudo que me prendesse em fui! Não estou a viver maravilhas mas se um dia tiver que regressar vou dizer " eu fui, lutei e conheci coisas lindas..." ! Se tivesse ficado ainda estaria nos "se"! Eu nunca arrisquei, nunca quis sair da zona de conforto por isso tive a necessidade de o fazer! Segue o teu coração...se correr mal vais ter os braços abertos de muita gente para te receber ;)

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