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Provações

A semana de maior provação de toda a minha vida começa amanhã. Entre provar o meu profissionalismo, enfrentar a enorme distância que me separa da capital, conseguir conciliar horários, entrevistas, formações e consultas, tudo compactado em quatro dias. Amanhã vou acordar ainda de noite, entrar num espaço novo, provar que sou eu quem querem do lado deles, correr para a minha cidade do coração onde vou aprender a valorizar-me, correr outra vez para a minha sanidade mental, correr outra vez para mais uma entrevista e tentar ser 4 pessoas numa só. Depois de dez meses em casa, dez meses de paciência, tudo acontece ao mesmo tempo. Vou ter de provar tudo a toda a gente em quatro dias. Vou desdobrar-me em filha, mulher, profissional e aluna. Vou dar o meu melhor sem nada garantido. Sem uma promessa de lado nenhum. Vou lutar por uma oportunidade que mesmo que venha, já vem tão tarde. Contar comigo, só e apenas comigo para consegui-lo. Sem fracassos mas com um medo sem fim de ser desiludida. Demasiados recomeços nesta última semana de abril. Demasiada pressão para quem precisa de trabalhar como de pão para a boca. Demasiado eu. Sozinha, mais uma vez, sem ajudas, sem cunhas, sem meias palavras. Eu, o meu coração na boca e o meu peito vazio. A cabeça, essa, está cheia de dúvidas. 

"Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas."


[itália 2012]


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A bonança antes da tempestade

Costuma dizer-se que depois da tempestade vem a bonança. Mas sendo eu uma pessoa que sofre por antecipação, dou mais valor aos dias anteriores à tempestade do que aos que vêm depois. A próxima semana vai ser muito complicada, a começar já daqui a uns dias e, por isso mesmo, quem me conhece bem sabe que preciso de me distrair nos dias que antecipam estes obstáculos.
Fizemos uma escapadinha a dois até Cascais e aproveitamos o melhor que conseguimos este fim de semana de primavera.




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Marina de cascais

Como vou casar com o melhor homem do mundo :), tive uma surpresa ainda melhor. Uma noite no Hotel Grande Real Villa Itália, para relaxarmos e namorarmos o que a distância não nos permitiu na semana passada. 
Acordei assim, num sonho.







Já há uns tempos que falavamos neste hotel para a noite do casamento e fomos fazer a prova. Adorámos tudo, tudo, tudo. A atenção e simpatia do pessoal, os quartos tão bem decorados, a vista para o mar e o Brunch! Que maravilha...mesmo ao lado da piscina num ambiente super descontraído e com comida deliciosa.

Foi um fim de semana que vai deixar muitas recordações e trará mais umas quantas :)
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Vamos parar o mundo durante cinco minutos

Parem durante cinco minutos. Afinal o que são cinco minutos numa vida inteira? Olhem pela janela mais próxima, encham o peito de ar. E agora imaginem. E se entre nós e o que queremos não existisse nada? Só o tamanho dos nossos sonhos? E se apagassem quem vos quer mal, o emprego mau, a frustração das relações difíceis, a carteira leve, as más expectativas? E se, de repente, tudo fosse possível? Se tudo fosse exactamente como vos fala o coração? Baixem o volume do mundo e ouçam-no. O vosso coração a falar baixinho dentro do vosso peito. 

E agora, sem condicionamentos, sem receios, sem limites,

onde se imaginam daqui a dez anos?

Levem-me a passear pelos vossos sonhos.


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Onde te imaginas daqui a dez anos?

Onde te imaginas daqui a dez anos?
É, talvez, a pergunta que mais ouvi em entrevistas de emprego. Foi exactamente a mesma pergunta que fiz a mim mesma aos 18. Enquanto entrava na faculdade com o pé direito e o peito cheio de ar e esperança, já sabia onde ia estar daí a dez anos. Quando saí, quando me sentei pela primeira vez do lado vulnerável da secretária, não precisei de parar para pensar. Folheei o meu futuro, imaginei-o, defini-lhe os contornos na minha cabeça. Daí a dez anos teria um emprego estável, estaria na fase de transição para a primeira subida de lugar, teria uma casa minha, no parque nas nações, ajudaria nas aulas da minha faculdade como assistente ou professora de recurso, teria um mestrado e um carro novo. 
Dez anos depois aprendi umas das grandes lições da vida. É que entre nós e o que queremos, existem pessoas, existe tempo, existe dinheiro, existem expectativas boas, más e péssimas, existe confiança, existe sorte, existe reconhecimento, frustração e saúde. Entre nós e o que queremos para a nossa vida, existe o mundo todo. Que não pára de girar, que não abranda nunca. E hoje, dez anos depois, quando entro no transporte público que me leva de quinze em quinze dias à segurança social, quando espero nas filas do centro de emprego por uma oportunidade, quando fico semanas à experiência, onde já devia liderar uma equipa, hoje, dez anos depois, percebo a mais importante das lições. Entre nós e o que queremos, existe o mundo todo. A vida toda a acontecer. Existe o destino das decisões que tomamos, o peso das consequências inevitáveis. 
Onde te imaginas daqui a dez anos?
É, talvez, a pergunta mais estúpida que nos podem fazer. 

Onde te imaginas daqui a dez anos?
Daqui a dez anos não sei. Daqui a dois meses quando ficar sem subsídio e sem emprego também não. Daqui a dez anos não existe o nós e o que queremos. Existe o nós e o que aprendemos a aceitar.




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Pela estrada fora | Magnífica Irlanda

Resumir as viagens que fazemos é sempre difícil, mas é um processo que ajuda a organizar a informação e também a partilhá-la e, por isso, acho importante deixar-vos atalhos rápidos de coisas muito importantes e que todos gostamos de saber acerca dos sítios que não conhecemos. 
Assim, com a Irlanda ainda bem presente, deixo-vos o melhor e o pior:

O que mais gostei
As paisagens, a simpatia das pessoas, a comida (tão, mas tão deliciosa!)

O que menos gostei
As estradas serem estreitas ao ponto de em certos sítios não caberem dois carros

O que recomendo 
A região de Connemara, a estrada Wild Atlantic Way e comer em pubs (sempre!)

O que faria diferente
Aumentava o número de dias em Connemara e diminuía os dias para Dublin

O que levo da viagem 
A capacidade de absorver o que nos rodeia, acalmar a sofreguidão de querer conhecer tudo em tempo record, saborear os dias e não andar a 1000 mas a 10!


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Pela estrada fora | Magnífica Irlanda

Concentrei oito dias de Irlanda em três posts. 
Nos últimos dias deixei a máquina de lado e perdi-me sozinha, apenas com os olhos, nesta imensidão de natureza. Nestas praias desertas, nestas montanhas que parecem pintadas a óleo, neste céu, tão azul, que brilhou para nós até ao fim. No último dia estivemos em Dublin, mas o encanto não é o mesmo. Tinhamos deixado o pior para o fim. Uma capital como outra qualquer, mais pequena, mas que no meio de todo aquele país destoa e faz-nos querer voltar ao countryside.
 Concentrei oito dias de Irlanda em três posts e em milhares de fotografias, concentrei oito dias de Irlanda no coração para vida inteira. 





Guiness Storehouse - Dublin



Trinity College - Dublin


Trinity College - Dublin




Ireland National Museum


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Agitar a espera


Já fiz viagens para comemorar, de tão feliz que estava. Já fiz viagens para esquecer, sair da nossa zona de conforto liberta-nos os pensamentos. Assim deixam de estar condicionados pelo negativismo e conseguimos arejar um bocadinho a cabeça. Mas esta foi a única vez que fiz uma viagem para que algo acontecesse. Fui para a Irlanda com a necessidade de provocar um bocadinho o meu destino. Precisava de agitar o meu mundo. Estava tudo demasiado igual há demasiado tempo. Fui, na esperança de voltar e sentir o mundo a dar voltas sobre si mesmo. Ou sobre mim. Qualquer coisa que me mostrasse o propósito de tudo isto. De o universo me ter atirado para esta espera sem fim. Esperar é, talvez, a maior aprendizagem de todas. Manter a vida e os dias no seu melhor enquanto se espera pela oportunidade que nos vai trazer o que sempre sonhamos, pode ser o maior desafio de todos. Para mim é. Sempre fui despachada, decidida a andar para a frente, quando não dá, não se insiste, existe tanto por onde lutar. Mas agora contam comigo para lutar por esta espera que nunca mais chega ao fim. Contam comigo para saber esperar. E saber esperar não é e nunca foi o meu forte. Esta viagem foi uma necessidade de apressar a meta. Galgar a distância que me separa do meu futuro.
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Pela estrada fora | Magnífica Irlanda















Depois de deixarmos a região de Connemara, partimos em busca da Wild Atlantic Way, a estrada que percorre a costa oeste. Parámos em vilas pescatórias com casinhas que faziam lembrar o arco-íris. Comemos dos melhores gelados da nossa vida, mesmo com temperaturas na rua perto dos 0º. Fizemos a primeira passagem de ferry fora de Portugal e respirámos o ar verdadeiramente puro que por lá habita. Parámos em Tralee para almoçar, depois da passagem de ferry, numa loja de peixe fresco e comi o melhor salmão fumado de sempre. Eles são mestres no salmão fumado, aliás em todo o peixe em geral. Delicioso! 
Oh, Irlanda.

[Doolin - Tralee - Dingle ]

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