A semana de maior provação de toda a minha vida começa amanhã. Entre provar o meu profissionalismo, enfrentar a enorme distância que me separa da capital, conseguir conciliar horários, entrevistas, formações e consultas, tudo compactado em quatro dias. Amanhã vou acordar ainda de noite, entrar num espaço novo, provar que sou eu quem querem do lado deles, correr para a minha cidade do coração onde vou aprender a valorizar-me, correr outra vez para a minha sanidade mental, correr outra vez para mais uma entrevista e tentar ser 4 pessoas numa só. Depois de dez meses em casa, dez meses de paciência, tudo acontece ao mesmo tempo. Vou ter de provar tudo a toda a gente em quatro dias. Vou desdobrar-me em filha, mulher, profissional e aluna. Vou dar o meu melhor sem nada garantido. Sem uma promessa de lado nenhum. Vou lutar por uma oportunidade que mesmo que venha, já vem tão tarde. Contar comigo, só e apenas comigo para consegui-lo. Sem fracassos mas com um medo sem fim de ser desiludida. Demasiados recomeços nesta última semana de abril. Demasiada pressão para quem precisa de trabalhar como de pão para a boca. Demasiado eu. Sozinha, mais uma vez, sem ajudas, sem cunhas, sem meias palavras. Eu, o meu coração na boca e o meu peito vazio. A cabeça, essa, está cheia de dúvidas.
"Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas."
[itália 2012]