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máscaras de oxigénio

"Coloque primeiro a máscara de oxigénio e só depois deve colocar a mesma na criança que está ao seu lado." Quantas vezes já ouvimos esta indicação prestes a levantar voo? E quantas vezes pensamos para nós mesmos que parvoíce, é óbvio que primeiro vou ajudar o meu filho. É aqui que começa um dos maiores erros da nossa vida. E não estou a falar de aviões. Estou a falar de decisões, de atitudes, de amor próprio, de capacidade para percebermos que se não nos ajudamos primeiro, vamos magoar muito mais quem depende de nós. Quem nos rodeia, quem nos quer bem. 

Hoje acordei e percebi que estou a ignorar a minha máscara de oxigénio há demasiado tempo. Tive de ouvir e aceitar palavras duras de quem só quer que eu seja feliz. Tive de desistir de lutar numa batalha que vou acabar sempre por perder. Hoje tive de ter força para desistir do que me está a trazer mais mal que bem. E percebi que esta é a decisão mais difícil de todas. Mais difícil do que dizer sim, do que aceitar o que a vida nos traz, do que espernear só para provarmos o que quer que seja a nós mesmos, mais difícil do que tudo isso, é desistir. É dizer não. É virar costas. 

Foi a primeira vez que me obriguei a usar a máscara de oxigénio antes de mais alguém, foi a primeira vez que tomei uma decisão pela minha família, pela pessoa que amo, pelo bebé que cresce dentro de mim. Foi a primeira vez que tomei uma decisão de mãe.



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