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It's done
É como tirar um penso rápido. Sentimos muito mais se for demorado. Se for rápido, decidido, custa durante um segundo e já está. Já passou. Nem percebemos porque havia tanto receio, tanto medo, tanto sofrimento por antecipação. Ou então pedimos a alguém que o faça. Fechamos os olhos com força, imaginamos a água do mar nos nossos pés e o sol a queimar a pele, aquele cheiro a férias, a felicidade, a coisas boas que não acabam nunca, como os dias, tão grandes, tão cheios de luz, tão infinitos. Quando voltamos a abrir os olhos, olhamos para o que restou na nossa pele e é tão insignificante. Um arranhão que nem vai deixar marca. Tenho para mim que há dois anos que inspiro fundo e puxo devagar. Milímetro a milímetro. Sem dar um ai, sem que ninguém dê por nada. Sem dar parte de fraca, sem ajuda, tenho descolado demoradamente, tenho guardado tudo cá dentro. Mas agora decidi que devia acabar com o meu próprio sofrimento, que era altura de ganhar coragem e fazê-lo de vez. E fiz. E doeu um bocadinho. E agora vou esperar para ver se deixa cicatriz. Mas mesmo que deixe, reconheci que doeu menos num segundo, do que durante estes últimos anos.
O poder de desistir
Quando somos confrontados com um obstáculo maior que todos os nossos medos só nos resta uma opção. Por muito que tenhamos consciência que poderíamos agarrar em tudo o que somos e lança-lo para lá do muro que acabaram de colocar mesmo à nossa frente, por muito que saibamos que vamos desfazer-nos a tentar ultrapassá-lo, que vamos morrer um bocadinho mais dentro de nós, que vamos contra todos os princípios em que sempre acreditámos, mesmo que depois olhemos para trás e ele já lá esteja muito ao fundo, num passado distante, só nos resta uma opção. E essa opção é desistir. Não resistir mais. Entregarmo-nos a nós mesmos e esperar pelo melhor. Porque acreditem ou não é uma luta muito maior entregar o que temos como certo nas mão do destino. Dá cabo de nós deixarmo-nos levar ao sabor da incerteza. O nosso corpo treme de medo, a nossa cabeça parece vazia, a nossa alma sofre. E hoje é dia de desistir. De parar. De olhar para trás e perceber que demos tudo o que podíamos e ainda um bocadinho mais. Hoje é o dia em que vou parar de lutar. Ou, noutra perspectiva, começar a lutar por mim. Pela minha felicidade.
We won't run
A lua sobe
por entre as pás das hélices que cada vez giram mais depressa. Centenas de
pessoas passam entre mim e o meu destino. O mar agita-se com o vento e as
nuvens correm o mais rápido que conseguem até ao nascer do sol. Porque quando é
noite tudo se transforma. O que normalmente faz doer, dói um bocadinho mais, o
que parece longe, perde-se de vista e o amor, esse, fica do tamanho do mundo. E
o mundo gira, como as hélices do avião que me vai levar para junto de ti. E a
vida, gira, e continua a girar indiferente aos meus protestos para se demorar
um bocadinho mais quando me despeço de ti, quando cai sobre nós aquela luz
dourada do final de tarde, quando dizemos que não temos tempo de ver todos os
lugares do mundo. Mas o mundo está ali, à nossa espera, só precisamos de tempo
para o esconder dentro de nós. E enquanto aqui estou vou contando os minutos,
porque os segundos já seriam demais, que vou desperdiçando sem ti. Sem os meus
lugares, as minhas coisas, os meus sentimentos, os meus cheiros, as minhas imagens.
E o mundo vai girando, vai rolando, vai dormindo. E eu vou perdendo as rugas no
canto dos olhos dos que amo, a felicidade dos finais de dia que acompanham os
jantares de família, os planos que saem directamente do coração, e vou tendo
notícias do meu mundo pequeno que cresce sem mim a quilómetros de distância.
Of Monsters and Men - Yellow Light
Fast love?
A urgência não é para já. Tu és. Mas tu és a urgência do meu coração. A urgência da minha vida, dos meus dias. É por estares no meu coração que tenho pressa de chegar a casa. Que tenho as prioridades bem definidas, assentes numa pirâmide em que a base está cheia de ti. Porque primeiro tenho de te ter e só depois posso procurar o restante. E o restante é tão pequenino. E estas viagens, mesmo que só de horas, são tão grandes e longínquas. Foi cum urgência que me enviaram para aqui. E agora é com urgência que olho para o relógio, que teima em não empurrar os ponteiros na direcção certa. Quando existe um amor à nossa espera tudo o resto é não urgente. Urgente é sentir o teu sorriso quando me recebes, enrolar-me em ti antes de adormecer e sonhar que as urgências somos nós. E o tanto que temos para ser.
Do what you love, love what you do?
A t-shirt que hoje me veio parar às mãos não deixa de ser irónica tendo em conta o que diz e o que vou fazer. Daqui a duas horas mais uma despedida no terminal das partidas.
Bilhetes para primeira fila
A Costa de Caparica é a minha segunda casa desde o princípio do ano. Porque a primeira será sempre onde nasci, naquele ribatejo quente e seco, com as melhores comidas de sempre e os amigos desde miúda. Mas a Costa tem outro encanto. Outra luz. A luz que nos entra pelos olhos depois de reflectida na água do mar, imensa, a perder de vista, transparente, cheia de energia positiva. Aquela luz que todos procuram, quando o sol se deita e a lua acorda. Que parece mergulhar no horizonte e nos enche de coisas boas. Que nos dá vontade de correr pelo rebentar das ondas, conversar com amigos que se perderam pelo caminho da vida, viver para sempre. É essa luz que me faz feliz, que me mostra o que tanto quero ver.
Vou esperar por ela na primeira fila.
Itália, Itália....
O Capricciosa convence até a pessoa mais céptica. Em cima do mar, com um ambiente moderno e descontraído, massas frescas, uma sagria de qualidade e preços super acessíveis para um final de dia tipicamente Italiano.
Já temos saudades de Itália, o único país (fora de Portugal) em que poderia ponderar viver um dia, e por isso mesmo, tivemos de ir até à Santini Cascais. Os melhores gelados deste páis e arredores (até chegar a Itália, vá).
Sericoté
Chegaram do Norte, num transporte especial. São leves, contemporâneas, simples e acima de tudo, a palavra que melhor as descreve é CONFORTO. Porque já lá vão os dias em que me aguentava de pé horas a fio com saltos vertiginosos, agora a minha coluna e as minhas pernas pedem conforto, conforto, conforto.
São de Aveiro, mas até agora têm-se adaptado lindamente à capital :)
Lx factory
Como diz a Joana, o chocolate ou o gelado, são para quando o coração pede. E o meu tem-me gritado aos ouvidos por um final de tarde despreocupado, doce e cheio de coisas giras, com boas conversas, boa luz e claro, um óptimo bolo de chocolate.
À espera do fim-de-semana
O Verão chegou. Chegou quando acordei a meio da noite com o calor colado à pele. Chegou quando ouvi as gaivotas do lado de fora da janela e o bater das ondas do mar como música de fundo. Chegou quando senti o vento quente no cabelo já seco do sal. Chegou. E faz-me tão feliz.
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