Os dias começam todos iguais. Espera-se que o sol nasça no horizonte e que a terra gire no mesmo sentido de sempre. O leite na mesma taça, arrumada no mesmo armário. A chave roda no sentido dos ponteiros do relógio, as horas andam sempre para a frente, os passos são uns a seguir aos outros. Aos poucos vamos sentindo qualquer coisa diferente, cá dentro. Alguma coisa que nos faz ocupar mais do que um lugar na carruagem do metro, é quase palpável. É transcendente. Apetece partilhar. Olho em volta e quero distribuir toda esta felicidade que nasceu cá dentro. Não há espaço para egoísmos, para compaixões. Há sim, tempo para sorrir, sorrir a quem entra, a quem sai e a quem passa apressado. Há a certeza de decisões tomadas. Gigantes. Do tamanho de montanhas cheias de neve. Do tamanho dos nossos sonhos. Decisões que sempre foram as mais certas, mas que trazem a bonança depois da tempestade. Vamos seguir os nossos sonhos. Vamos transparecer felicidade a quem nos rodeia. Vamos arriscar. Vamos dar uma oportunidade ao mundo para girar de maneira diferente. Para girar ao nosso ritmo. Só para nós. Nem que seja apenas por um dia.